domingo, 29 de julho de 2012

Visualizar

Comecei a visualizar as coisas na minha cabeça depois que li um livro. Era um adolescente cheio de sonhos. Lia de tudo. Naquela cama, ainda lembro daquele quarto. A cama embaixo das escadas. Numa sexta-feira. Depois de passar a semana longe de casa estudando na cidade grande.

Aquele livro, aquelas páginas marcaram. Até hoje faço do jeito que diziam no livro. Era para visualizar o que quisesse. Pessoas, lugares, situações. O cérebro registraria tudo e para ele aquilo de fato aconteceria. Era ilusão. Aquela cabeça imaginara coisas e lugares. A mesma cabeça continua imaginando.

Pensando hoje naqueles dias sinto que mudei. Apesas de visualizar tudo, hoje visualizo, porém com menos frequência. Talvez o ardor da vida e as desiluções tenham me ensinado a visualizar menos. Sonhos merecem ser visualizados e quem sabe podem se tornar realidade. E para o meu cérebro será a segunda vez que aquilo pode acontecer. Uma vez de mentirinha e a outra de verdade.

domingo, 22 de julho de 2012

O abraço dela

Este texto eu fiz a uma pessoa que com um simples gesto me ajudou muito em um momento da minha vida. Eu a conheci neste dia e no mesmo dia me enchi de amor por ela. Espero que a amizade se estenda por muito tempo. 

Ele queria sentir aquele abraço. Queria sentir-se abraçado e perto de casa e dos amigos. Mas não tinha ninguém lá. Estava sozinho. Sentia-se até desamparado. O que ele não sabia é que havia sim um abraço e uma mão para se apertar. E conseguira.

Lá estava ela. Toda serelepe e cheia de energia. Lá estava ela pra abraçá-lo e segurar a mão dele. Estava ela sem entender muito aquilo tudo, mas estava lá. De tantos sorrisos, risadas, emoções, sobram-se abraços. Ele sentira a mão dela por vezes apertar forte como se quisesse tirá-lo dali.

E com todos os sorrisos ela demonstrava carinho por uma pessoa que acabara de conhecer. A verdade é que conversaram e beberam juntos. Ele até chorara. Ela se emocionara. Talvez o álcool o fizessem agir daquela forma. Mas viveram aquele momento.

Entre o primeiro abraço e o último da noite tudo mudara. Conhecer o outro por alguns momentos é tão precioso quanto conhecer por anos. E assim só se esperam outros abraços apertados como aqueles que ele recebera dela.


E esta foi a linda resposta dela:
Lindo! Mas não foi o álcool não, foi de repente um menino franzino, morrendo de frio, em um dia não tão frio assim,que despertou (e eu nem sou de leão) a leoa pronta para proteger aquele filhote desamparado (louco para voltar para toca ou ninho) de qualquer coisa que pudesse o machucar. Bjs meu amigo para toda vida(Filhote)

Tudo solto na cabeça

Nunca ele bebera tanto naquela tarde de sol. Passava pelo uísque, cerveja, vodca e não cansaça de beber. Para ele, beber era uma forma de esquecer os problemas, pessoas, lembranças. Claro que não conseguiria. A bebida lhe trazia alegria para aquele momento. Depois ele voltaria a si e perceberia que nada mudara desde então.

Naquela tarde pensava em esquecer. Esquecer apenas. Por que não daria certo? Ele se perguntava. Não dava certo mesmo. Mas continuara bebendo, enchendo a cara pelos bares. Fazendo amigos de cinco minutos, amizades de copo e de bar.

Voltaria para casa pensando. A barriga pesava. A cabeça cheia. Cheia de pensamentos. Tudo solto. Os pensamentos bolavam lá dentro. Eram eles batendo. Eram as lembranças, as pessoas, os causos. Era a bebida fazendo o efeito reverso. Estava tudo solto e era isso apenas que ele sabia. Como um pote de cerâmica cheio de bugigangas.

Ele prometera, meio zonzo ainda, colocar as quinquilharias no seus devidos lugares. Faria isso andando de bar em bar, rua por rua, cidade por cidade. Sairia ele do canto e poria os objetos da cabeça nos lugares que ele achava que mereciam ficar.