sexta-feira, 22 de março de 2013

O que há entre eles


Aquele olhar dela ele nunca havia presenciado. Era uma despedida. Mas ela já dissera bem baixinho pra ele: "Ainda hoje eu volto pra gente se ver". E ela se foi. Não voltou. Por uma boa causa, revelaram-se depois os dois os motivos. Apesar do desencontro, ele foi embora naquela madrugada com as melhores e mais lindas lembranças dos dias que se viram e beberam juntos e conversaram desde política até amores.

Mas aquele dia quente de uma segunda-feira de dezembro ele nunca esqueceu. Lembrava do olhar da ariana, aquele olhar que diz tudo e se cala. Aquele olhar de despedida, de querer mais, pelo menos por uns minutos. Ele ainda sente falta de tudo, principalmente, do abraço apertado que ele encontra quando chega. Ah, mas o que dizer das risadas? Aquele sotaque ao enfatizar certas palavras, aquele tom de voz. O que dizer dos conselhos? "E tu só vem se for por ti". Ele ainda ouve as palavras do dia que estavam bêbados e chorosos.

Desde o dia que se encontraram, desde a primeira vez, os dois se dão bem. São amigos, compartilham e curtem, se combinam, e combinam de se encontrar. E trocam conversas, sentimentos. Até as saudades se tornam doces quando o gosto amargo da distância aperta. Trocam telefones e se telefonam. Uma surpresa. Uma ou duas horas no telefone. As horas se passam rapidamente.

Há tanto o que se conversar. Há tanto tempo. Haverão oportunidades. E no haver de ter e querer há tanto. Há mais. Há amor, amizade, alegria, abraços. É o que há e o que se deve contar. O que de melhor. O que há de mais doce. O que há de mais lindo. E há de haver mais porque estão vivos. E são amigos.