domingo, 24 de novembro de 2013

Fortaleza das coisas ruins

Fortaleza dos carros grandes, zuadentos. Dos prédios chiques, seguros, frios, grandes. Das pistas, do asfalto quente, fedorento. Dos viadutos, dos túneis e das calçadas tomadas.

Fortaleza das palavras podres, das sujeiras, do plástico, do papel no chão. Dos pobres e dos ricos, do dinheiro sujo, do dinheiro roubado e do dinheiro suado. Das pessoas 'de bem' e das pessoas 'de mal'.

Fortaleza da exclusão. Do descaso. Da injustiça social. Dos sons ambulantes dentro dos coletivos. Das palavras de grosseria do motorista e do passageiro aperriado. E do motorista de carro apressado, estressado.

Fortaleza do forte pichado e ignorado. Do parque agonizante. Das dunas alcançadas pelo concreto. E do vento que leva tudo de ruim.

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